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GLP-1

GLP-1: não ganhou o Nobel, mas deveria

Felipe da Simple

Felipe da Simple

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3 min

3 min

atualizado 28/10/2025

atualizado 28/10/2025

resumo

resumo

  • GLP-1 é um hormônio intestinal que regula glicose e apetite.

  • Sua versão sintética prolongada trouxe uma revolução no tratamento da obesidade.

  • Pacientes perdem até 15% do peso e reduzem risco cardiovascular em 20%.

  • O uso clínico se expande da endocrinologia à medicina de família.

  • Representa a união entre biotecnologia, IA e simplicidade na prática médica.

A revolução silenciosa contra a obesidade

De todos os avanços da medicina recente, poucos mudaram tanto a prática clínica quanto os análogos de GLP-1.
De repente, a obesidade — uma das maiores causas de mortalidade global — começou a ter uma resposta eficaz.
E o mais surpreendente: não foi um novo bisturi, nem um novo tipo de dieta.
Foi um hormônio intestinal.

Essa descoberta muda o modo como entendemos a obesidade — e o próprio corpo humano.

O problema que existia antes

Durante décadas, a medicina tratou a obesidade como uma questão de força de vontade.
Comer menos, mover-se mais, operar quando tudo falhava.

Mas o corpo humano tem um sistema de defesa poderoso contra a perda de peso.
Ele reduz o metabolismo, aumenta a fome e faz de tudo para voltar ao ponto anterior.
O resultado: 95% das pessoas que perdem peso acabam recuperando.

A “pandemia silenciosa” avançava — e com ela, diabetes, hipertensão, infartos, AVCs e até cânceres relacionados ao excesso de gordura corporal.
Parecia impossível frear um inimigo que o próprio corpo protegia.

A descoberta dos análogos de GLP-1

O começo

Nos anos 1980, cientistas estudavam um hormônio chamado GLP-1 (glucagon-like peptide 1).
Ele é liberado pelo intestino após as refeições e atua estimulando o pâncreas a liberar insulina.

Mas havia um problema: o GLP-1 natural dura apenas 2 minutos no corpo.
Curto demais para ser usado como medicamento.

O momento “Eureka”

Décadas depois, pesquisadores conseguiram modificar sua estrutura, criando versões resistentes à degradação — os chamados análogos de GLP-1.
Essas moléculas agem por horas (ou dias), imitando o hormônio natural e ativando receptores no pâncreas, intestino e cérebro.

Resultado: menos apetite, digestão mais lenta, glicemia controlada — e uma perda de peso real e sustentada.

Empresas como Novo Nordisk (com a semaglutida, presente no Ozempic® e Wegovy®) e Eli Lilly (com a tirzepatida, Mounjaro®) transformaram a descoberta em uma das maiores inovações médicas do século.

O que mudou na prática médica

Endocrinologia

Pacientes com obesidade e resistência insulínica passaram a responder de forma impressionante.
A perda média de peso chega a 15% do corpo — algo antes alcançado apenas com cirurgia bariátrica.

Cardiologia

Os análogos de GLP-1 reduzem o risco de eventos cardiovasculares em até 20%, incluindo infarto e AVC, mesmo em pacientes não diabéticos.

Medicina da Família

Hoje, médicos generalistas já incluem os agonistas de GLP-1 em planos de manejo de obesidade, síndrome metabólica e diabetes tipo 2 — com resultados tangíveis em poucos meses.

Fatos e números que surpreendem

  • Mais de 1 bilhão de pessoas vivem com sobrepeso no mundo.

  • O uso de análogos de GLP-1 pode reduzir o risco cardiovascular em até 20%.

  • Em média, os pacientes perdem 15% do peso corporal após 1 ano de uso.

  • A indústria global de medicamentos antiobesidade deve ultrapassar US$ 100 bilhões até 2030.

  • Estima-se que, até 2035, 1 em cada 4 adultos use algum tipo de agonista do GLP-1.

Por que isso importa agora

Essa descoberta redefine o metabolismo humano.
Mostra que a obesidade é uma doença biológica, não moral.

Ela conecta biotecnologia, neurociência e até inteligência artificial — usada para desenvolver novas gerações de agonistas com mais precisão e menos efeitos colaterais.
Os próximos capítulos já estão sendo escritos: moléculas que atuam também em GLP-1 + GIP + glucagon, e pesquisas sobre efeitos em doenças neurodegenerativas como Alzheimer.

Outras Informações em:

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