Depressão Maior (CID F32): Diagnóstico, Tratamento e Prognóstico

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atualizado 6 de fev. de 2025

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O que é

Depressão Maior (CID F32): Diagnóstico, Tratamento e Prognóstico

O CID F32 refere-se ao episódio depressivo maior, uma condição psiquiátrica caracterizada por humor deprimido, perda de interesse ou prazer em atividades e alterações no funcionamento cognitivo e emocional.


Etiologia

A depressão é uma condição multifatorial, envolvendo fatores biológicos, psicológicos e sociais:

  • Genética: Histórico familiar de depressão aumenta o risco.

  • Alterações neuroquímicas: Déficits nos sistemas serotoninérgico, dopaminérgico e noradrenérgico.

  • Fatores psicossociais: Traumas, luto, estresse crônico.

  • Doenças médicas associadas: Hipotireoidismo, doença de Parkinson, diabetes.

Fisiopatologia

A depressão está associada a disfunções na neurotransmissão e neuroplasticidade, incluindo:

  • Deficiência de serotonina, dopamina e noradrenalina.

  • Hiperatividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, levando ao aumento do cortisol.

  • Redução do volume hipocampal, impactando memória e emoções.

Essas alterações resultam em humor deprimido, anedonia, fadiga e dificuldades cognitivas.

Sintomas

Os critérios diagnósticos do DSM-5 exigem a presença de pelo menos cinco dos nove sintomas por pelo menos duas semanas, incluindo:

  • Humor deprimido na maior parte do dia.

  • Anedonia (perda de interesse ou prazer).

  • Alterações no sono (insônia ou hipersonia).

  • Alterações no apetite e peso.

  • Fadiga e perda de energia.

  • Dificuldade de concentração e indecisão.

  • Sentimentos de culpa e inutilidade.

  • Ritmo psicomotor alterado (agitação ou lentificação).

  • Ideação suicida ou pensamentos de morte.

Diagnóstico

O diagnóstico da depressão maior é clínico, baseado nos critérios do DSM-5. As escalas auxiliares incluem:

  • Inventário de Depressão de Beck (BDI).

  • Escala de Depressão de Hamilton (HAM-D).

  • Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9).

Exames laboratoriais podem ser solicitados para excluir causas orgânicas, como hipotireoidismo e anemia.

Tratamento

O tratamento da depressão deve ser individualizado e pode envolver:

  • Terapia farmacológica:

    • Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS): Fluoxetina, sertralina, escitalopram.

    • Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSNs): Venlafaxina, duloxetina.

    • Antidepressivos tricíclicos: Amitriptilina, nortriptilina (uso restrito devido aos efeitos colaterais).

    • Antipsicóticos atípicos (adjuntos em depressão resistente): Quetiapina, aripiprazol.

  • Psicoterapia:

    • Terapia cognitivo-comportamental (TCC): Primeira linha para depressão leve a moderada.

    • Terapia interpessoal: Indicada para pacientes com dificuldades em relações sociais.

    • Terapia de ativação comportamental: Estímulo à realização de atividades prazerosas.

  • Intervenções adicionais:

    • Atividade física regular: Reduz os sintomas depressivos ao modular neurotransmissores.

    • Melhora da higiene do sono: Estabelecimento de rotinas e controle da luz azul.

    • Estimulação magnética transcraniana (EMT): Indicada para depressão resistente ao tratamento.

    • Eletroconvulsoterapia (ECT): Opção segura e eficaz para casos graves ou depressão com risco iminente de suicídio.

Prognóstico

O prognóstico da depressão varia conforme a precocidade do diagnóstico e adesão ao tratamento. Fatores positivos incluem:

  • Acesso ao tratamento adequado.

  • Suporte social e familiar.

  • Baixa frequência de episódios prévios.

Pacientes que mantêm tratamento e acompanhamento têm taxas de remissão acima de 70% em depressão moderada a grave.

Conclusão

A depressão maior é um transtorno prevalente, mas com diagnóstico precoce e abordagem terapêutica correta, a maioria dos pacientes pode alcançar melhora significativa. A integração entre tratamento medicamentoso e psicoterapêutico é essencial para o sucesso do manejo.


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